Como somos ignorantes em chamar aquele que é traído de corno. Temos a prepotência de deferir ao traído o status de chifrudo. Por isso cada vez mais admiro a mitologia grega e as gigantescas histórias de seus deuses e semideuses.
O maior deus para eles foi Zeus. Mas o divino não tinha nada de santo, ele tinha desejos bastante humanos e comuns. Um exemplo: Zeus comeu a mulher de outro homem. Quer algo mais humano que querer comer a mulher do outro!? Acredito que esse foi o máximo, o clímax, de todos os contos sobre Zeus.
Só que tem detalhes nesta pulada de cerca que chamam mais ainda a atenção. O nome do traído era Anfitrião (o sem camisa da imagem). Sim, era esse o nome dele, Anfitrião. E nós chamando de chifrudo, corno e eticétera e tal. Quanta mediocridade de nossa parte. A partir de hoje gritarei pela janela do carro "Seu Anfitrião filho da pu...!", fará um sentido maior.
Enquanto Anfitrião estava na guerra, Zeus cuidava de sua mulher. E na vigia, ajudando a Zeus, quem estava? O descarado amigo Hermes. Vestindo-se igual ao escravo de Anfitrião, o Sósia.
Assim sendo o primeiro sósia do mundo foi do próprio Sósia. E o primeiro corno foi o Anfitrião, um bom anfitrião.
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