18.3.09
Seu nome?
Não saber o nome de alguém faz parte, afinal de contas são tantos nomes e pessoas diferentes que conhecemos. Mas isso pode ser um sinal de algum problema quando ninguém sabe o nome de uma pessoa específica, convivendo com ela, por exemplo, em uma sala de aula.
Isso aconteceu durante toda a minha formação acadêmica no Colégio Adventista Marechal Rondon. Havia uma menina sem nome. Simplesmente quando iríamos falar algo sobre ela (o que raramente acontecia) tínhamos que dar atributos físicos, a localização de sua classe na sala ou qualquer outro tipo de identificação para tentar mostrar de quem se tratava o assunto. E como se fosse pouco existia outra bizarra situação envolvida, sua melhor amiga era conhecida por nunca ninguém ter ouvido sua voz. Sabíamos o seu nome, mas as cordas vocais dela provavelmente estavam novinhas como a de um recem nascido. E ali, entre as duas, se formava um mundo paralelo ao de todos os outros presentes na escola.
Provavelmente felicidades, tristezas, angústias, expectativas e tantos outros sentimentos rolavam no paralelo em que estavam inseridas. Talvez eu fosse o cara que não falava ou não tinha nome vendo a partir daquele mundinho. E quem sabe aquele possa ser o mundo real e eu estou em algum pequeno lugar fora de sintonia...
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