
Mais uma historia de ficção produzido pelo blog Bruno, o Souza. Toda semana um capitulo novo de "O emo é brasileiro".
Acordar, tomar um minguado café da manhã, vestir o uniforme, assistir a desanimadas aulas, voltar para casa, ver tv, comer, dormir. Dia-a-dia de um pleno marasmo. A repetição de atividades esta acabando com minha mente. Sou jovem, tenho 15 anos, e parece que o resto da vida continuará neste ritmo broxante. Onde as noticias na televisão e no rádio só me fazem desacreditar no amanhã. As diversões estão correlacionadas com drogas (prova da realidade problemática do mundo). E sinto um desencanto até mesmo com meus pais.
Hoje decidi mudar tudo isso. Começarei a estudar o rock’n roll profundamente. Vou aprender a tocar bateria, a compor letras. Criarei algo inovador que será meu canal de grito contra o que me faz mal.
Encontrei um folheto no chão da rua: “Escola de Música Sinfonia do Rock, aprenda a tocar guitarra, baixo ou bateria com os melhores professores”. Não pensei duas vezes, liguei dali mesmo onde eu estava. A primeira aula foi agendada para o mesmo dia, com o professor Marcos. Ele devia ter seus 24 anos, tocava muito realmente, só tinha um detalhe interessante, o cara era fanho.
-Vãmo cõmeçar cõm o bãsico...
Parecia perseguição do destino contra mim. Um professor fanho era sacanagem. As aulas pareciam grandes seções de comédia. Me segurava para não rir, e claro com a preocupação de aprender. Mesmo assim evolui rápido e dois meses após já tocava musicas do AC/DC e AudioSlave tranqüilamente. Assim senti-me pronto pra avançar a etapa de composições.
Juntamente a começar a compor eu precisava conhecer o rock em todas as vertentes. Me joguei na internet a procurar bandas novas e clássicas. Histórias, influências, revoluções. Assim fui identificando as que mais tinham ligação comigo. O punk rock me impressionou. Aquela atitude, roupas, revolta com a situação política. Ramones, Sex Pistols, The Clash, tornam-se boas fontes. Agreguei elementos do pop punk, com bandas como Blink 182, Green Day, Millencolin. E o hardcore de Lagwagon, NOFX, Bad Religion. Bandas nacionais como os Raimundos e Dead Fish também não deixam a desejar, entraram para minha discoteca.
Meus amigos abominavam minha idéia. Em pleno estouro do pagode eu queria fazer algo novo no rock. Nadando contra a corrente. Esses detalhes só aumentavam a minha vontade e determinação.
Faltava um tema principal para as canções. Resolvi que inicialmente seria “amor”. Misturar o gótico ao new wave e vestir de punk. Melancolia, choro, grito. Isso seria inovador! Eu poderia me tornar um dos símbolos do rock mundial!
Nenhum comentário:
Postar um comentário