Nada melhor do que ir a praça no fim de semana. Dar uma relaxada, passear com o cachorro. Ainda mais se o tempo ajudar e o sol aparecer fielmente. Ai sim a praça fica agradável por demais.
Pois em um domingo desses “praçais” descobri uma nova tribo. Mais nova que a dos Emos. São os “Deprês”. No caso era uma deprê. A mulher devia ter seus rodados 36 anos, mas ta enquadrada perfeitamente nessa jovem tribo. Roupas neutras, despojadas, gírias porto alegrense ao extremo e uma marra invejável. Além é claro de uma depressão enraizada na pele. Coisa louca mesmo. É até complicado expressar em palavras do que se trata.
Ela pede um chimarrão. Puxa assunto falando sem parar de seus gatos de estimação. Em especial um a qual ela classificou, acreditem, como Gato Deprê. Até pedia para um amigo seu confirmar para mim, “Né Alemão!, o gato tri deprê”. Poxa então é verdade que o animal sente o mesmo que o dono. Fiquei a imaginar ela escutando Los Hermanos, com sua sandália de couro, pensando uma nova política e fazendo carinho no seu gato deprê.
Nova tribo na praça. Os deprês curtem sons com mensagens profundas, gostam de roupas cultas (não escuras), estão a procura de bebida para afogar as magoas desse mundo sem cura, os cabelos são desarrumados e geralmente possuem um animalzinho deprê.
Se você acabou gostando das mesmas coisas, sinta-se um deprê. Isso não é ruim, são pessoas inteligentes. Gostam de arte, cultura, esporte. Apenas vivem a vida a procurar sem achar o seu sentido. Porém no domingo de sol, ah sim, eles vão pra praça como qualquer outra tribo.
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